terça-feira, 9 de junho de 2015

Avatar de Kushiel (Kushiel #5) - Jacqueline Carey

A nação de Terre d’Ange é um lugar de beleza e graça sem par. Diz-se que os anjos deram com a terra e a acharam boa… e que a raça resultante da semente dos anjos e dos homens se rege por uma simples regra: Ama à tua vontade.

Phèdre nó Delaunay é uma mulher atingida pelo Dardo de Kushiel, eleita para toda a vida experimentar a dor e o prazer como uma coisa só. O seu caminho tem sido estranho e perigoso, e ao longo de todo ele o devotado espadachim Joscelin tem estado a seu lado. A natureza dela é uma tortura para ambos, mas ele jamais violou o seu voto: proteger e servir. Agora, os planos de Phèdre põem a promessa de Joscelin à prova, já que ela jamais esqueceu o seu amigo de infância, Hyacinthe. Passou dez longos anos em busca da chave para o libertar da sua eterna servidão, um acordo por ele feito com os deuses — tomar o lugar de Phèdre em sacrifício e com isso salvar uma nação. Phèdre não pode perdoar — nem a si própria nem aos deuses. Está determinada a agarrar uma derradeira esperança de redimir o seu amigo, nem que isso signifique a morte.
A busca irá levar Phèdre e Joscelin mundo fora, para cortes distantes onde reina a loucura e as almas são moeda de troca, e por um lendário rio abaixo até uma terra esquecida de quase todo o mundo. E até um poder tão imenso que ninguém ousa proferir o seu nome.


Este livro é o começo de mais uma aventura da Phèdre e do Joscelin, dez anos depois da trama de A Promessa de Kushiel

Começando como eu esperava, Phèdre busca uma maneira de libertar Hyacinthe da maldição do Senhor do Estreito. Realmente, pensei que estes livros fossem apenas sobre isso, até ao momento em que Imriel desaparece e esse acaba sendo o ponto de foco no livro. Não posso dizer que fiquei desapontada, porque este novo rumo levou a momentos ainda mais emocionantes, trágicos e intrigantes do que aqueles que presenciámos no livro anterior. Acabou por ser uma surpresa agradável.

Quanto às personagens, estas continuam a surpreender-me. São sem dúvida um dos pontos mais fortes destes livros. Enquanto o mundo é quase baseado numa época histórica, apenas com mais magia, é a variedade de personagens, a variedade de visões que estas demonstram, que me deixa muito contente com esta saga. A Phèdre não é das minhas personagens favoritas, contudo gosto bastante da sua maneira de ver o mundo, mostrando algo novo ao leitor, algo que não se vê em todos os livros de fantasia. O Joscelin é sem dúvida a minha personagem favorita da saga e também a que eu penso que tenha evoluído mais - sofredor, o companheiro e consorte de Phèdre, sem nunca quebrar o seu voto de "proteger e servir", passando de desprezo por aquilo que Phèdre faz, até ao ponto em que a ama e aceita aquilo que ela faz, da melhor maneira que pode. Personagens secundárias interessantes são o que não falta, de todas etnias e religiões imagináveis, cada uma com uma personalidade muito única, mesmo quando o seu papel na história não é por demais evidente ou importante.

A escrita, também ela é diferente. Cuidada e intrincada, combina perfeitamente com o tipo de história que a autora apresenta.

Apesar de todos estes elogios que faço, não recomendaria este livro a toda a gente. Comecei a ler esta saga demasiado cedo, pois hoje em dia aprecio muito mais a trama emaranhada, a história por vezes trágica, as cenas muito chocantes (ainda passava sem a maioria delas, para ser honesta) do que há três anos. Para quem gosta de fantasia independentemente do quão explícita e estranha que esta possa ser, então recomendo vivamente. Para o resto dos leitores (aqui o facto de nas categorias dizer "adulto" é algo a ter atenção) podem experimentar e das duas, uma: ou acabam surpreendidos por gostarem tanto, ou nem sequer chegam a acabar o livro. Mas eu não sou imparcial, fã de fantasia como sou, não é verdade?

My Rating: 9/10 


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