segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O Império Final - Brandon Sanderson (Mistborn #1)


Num mundo onde as cinzas caem do céu e as brumas dominam a noite, o povo dos Skaa vive escravizado e na absoluta miséria. Durante mais de mil anos, o Senhor Soberano governou com um poder divino inquestionável e pela força do terror. Mas quando a esperança parecia perdida, um sobrevivente de nome Kelsier escapa do mais terrível cativeiro graças à estranha magia dos metais - a Alomancia - que o transforma num "nascido nas brumas", alguém capaz de invocar o poder de todos os metais. Kelsier foi outrora um famoso ladrão e um líder carismático no submundo. A experiência agonizante que atravessou tornou-o obcecado em derrubar o Senhor Soberano com um plano audacioso. Após reunir um grupo de elite, é então que descobre Vin, uma órfã skaa com talento para a magia dos metais e que vive nas ruas. Perante os incríveis poderes latentes de Vin, Kelsier começa a acreditar que talvez consiga cumprir os seus sonhos de transformar para sempre o Império Final…


*ALERTA SPOILER*
Bem, este é definitivamente um dos meus livros favoritos de sempre e recomendo-o a toda a gente. E, tendo em conta isto, simplesmente não consigo fazer uma review sem spoilers, por isso nem vou tentar avisar para cada spoiler. A maior parte das coisas que vou dizer também não deve fazer muito sentido visto que ainda estou meio abananada com o livro.

*SPOILERS A PARTIR DAQUI* 

Wow. Just wow. Estou a ver que este é o ano da fantasia porque... wow.

Começando pela capa que é linda e, aparentemente, exclusiva à edição portuguesa (não tenho a certeza mas ainda só a vi nesta edição), o livro começa também com uma premissa excelente embora algo confusa. Poderes provenientes dos metais? Devo dizer que ao início não percebi muito bem a ideia do autor, mas depois daquele momento inicial e depois de explicado o básico do sistema de magia, deu para perceber o quão original é. É que nunca li nada que tivesse sequer algo remotamente semelhante. A única semelhança é que é um tipo de magia.

A partir daí começamos a conhecer as personagens, desde Kelsier, o Sobrevivente de Hathsin, e o seu bando de alomantes, até à orfã skaa Vin e à nobreza do Império Final. A partir destas personagens começamos também a perceber como a sociedade funciona - todas as palavras que nos são estranhas desde os impositores, aos prelões do ministério, começam a fazer sentido. E uma vez que isto acontece, o leitor fica agarrado.

Quanto à história, ao início pareceu-me semelhante a As Mentiras de Locke Lamora, mas rapidamente tomou um caminho completamente diferente, muito menos ligado ao roubo em si do que eu estava à espera.

As personagens são todas espectaculares. Os membros do bando, desde os mais importantes, como o Ham e o Brisa, até ao Susto e ao Yeden, todos eles têm uma personalidade única que contribui não só para o bando como para a história com pontos de vista muito variados sobre os temas abordados. E o Marsh! Não estava à espera do seu regresso em grande e não pensei vir a gostar tanto dele quanto gosto agora.

O Saze, das personagens secundárias, é a minha favorita - adoro o que ele acrescenta à história, não só como amigo das personagens principais, como pela sua magia - feruquimia - diferente da alomância, mas ainda dependente de metais. Esta magia permite-lhe guardar memórias e através destas memórias introduz-nos diversas religiões (ele conhece cento e tal religiões e cento e tal línguas e mais uma data de coisas que nem nos passa pela cabeça) que ajudam no desenvolver da história e aprofundam o significado de muitos acontecimentos. 

As personagens principais:

- A Vin é uma das minhas heroínas favoritas. Profundamente desconfiada ao início, evolui bastante ao longo do livro mostrando cada vez mais quem é - uma rapariga muito teimosa, por vezes ainda quieta, todavia sempre com uma personalidade forte e com ideias que sendo próprias dela, são também pouco precisas e mutáveis - esta é uma personagem que descobre quem é ao longo do livro e aprende a confiar nos seus amigos. Também gostei imenso do elemento de romance, que é ligeiro, mas importante - o Elend é um fofo, apesar de ser por vezes ingénuo demais.

- O Kelsier. Ah Kell, seu génio louco. O Sobrevivente de Hathsin, com cicatrizes superficiais, mas outras muito profundas, procura não só vingança como justiça para os skaa, os escravos do Senhor Soberano, um 'deus' tirano. No início do livro começa com um plano traçado, sempre sorridente, sempre a arriscar. Usa o seu carisma para levar os skaa e também os seus amigos a continuarem a lutar com ele, para fazer cair o próprio Império Final. Ele é sem dúvida alguma uma das minhas personagens favoritas de sempre. Com uma personalidade alegre a maior parte das vezes, ele passa a maior parte do tempo a ser kickass e awesome. E depois morre. Aqui é que eu fico mesmo muito chateada e emocional e deprimida, porque ele se tornou um mártir e eu não estava à espera e eu não queria e aaaaaaaaaaahhhhhhhhhhh.... Percebo o impacto que foi causado e o papel que a sua morte tinha no próprio plano, mas isso não me impede de ficar muito, muito triste com o final que ele teve. No entanto, morreu de queixo erguido - e de certa forma sem ele -, depois de ter morto um inquisidor de aço.



They are definitely not happy tears.

Também gostei do facto de o final ter deixado alguma conclusão mas deixar ainda assim muito em aberto. Assim sinto que posso esperar durante mais algum tempo pelo livro, apesar de estar irritada por em português ainda não haver mais nenhum. E vão ser 7! Tenho tanto que esperar... ~le sigh~

Bem acho que perceberam a ideia.

My Rating: 1000000000/10 

PS: Peço desculpa pelo rambling e os feels mas tinha mesmo de ser.

2 comentários: