terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Opinião: Vicious - V. E. Schwab


Victor and Eli started out as college roommates—brilliant, arrogant, lonely boys who recognized the same sharpness and ambition in each other. In their senior year, a shared research interest in adrenaline, near-death experiences, and seemingly supernatural events reveals an intriguing possibility: that under the right conditions, someone could develop extraordinary abilities. But when their thesis moves from the academic to the experimental, things go horribly wrong. Ten years later, Victor breaks out of prison, determined to catch up to his old friend (now foe), aided by a young girl whose reserved nature obscures a stunning ability. Meanwhile, Eli is on a mission to eradicate every other super-powered person that he can find—aside from his sidekick, an enigmatic woman with an unbreakable will. Armed with terrible power on both sides, driven by the memory of betrayal and loss, the archnemeses have set a course for revenge—but who will be left alive at the end?



“Plenty of humans were monstrous, and plenty of monsters knew how to play at being human.” 

Este livro é espantoso e estou com dificuldades em arranjar palavras que descrevam o quanto eu gostei deste livro. 

Não é todos os dias que leio sobre heróis e vilões de uma forma tão direta e tão virada para a ficção científica. Normalmente, até gosto mais desse tema em filmes do que em livros. No entanto, sempre tive um fraquinho por personagens moralmente incorretas - neste caso os vilões - mas que têm também um lado bom. Este livro roda muito à volta de vilões e heróis e em como esta definição nem sempre é completamente transparente. 

Por um lado temos o Eli, genial, com um sorriso que pode convencer multidões, com uma grande fé em Deus e com muito potencial para um dia ser alguém, mas a verdade é que ele quer mesmo é ser recordado. Por outro lado temos o Victor, pragmático, também genial, apaixonado por biologia e antissocial, que passa o tempo a riscar os livros que os pais escrevem e transformando as suas palavras. Nenhum deles se sente compreendido e, cada um à sua maneira, procuram ser compreendidos, admirados e recordados. 

“I want to believe that there's more. That we could be more. Hell, we could be heroes.” 

E é sobre eles que este livro é, sobre o seu percurso deste jovens génios, a pessoas igualmente brilhantes, mas com poderes e com intenções duvidosas - desde "amigos" até inimigos à procura de vingança.

Gostei muito do facto de a autora não ter tentado explicar demasiado pormenorizadamente como é que se formam os EO's, tendo-se limitado a falar nas ideias que o Eli tinha sobre eles e na reacção dos dois protagonistas depois de se tornarem EO's. 

Enquanto a história do livro é muito boa, porque pega num tema muito usado e mostra-nos uma versão que ao mesmo tempo não é nova mas que tem o seu toque muito pessoal, são as personagens que levam o livro para outra categoria excelente. O Eli é o vilão fanático, que acredita que foi escolhido para uma missão que transcende o resto das pessoas e que faz dele um herói a seus olhos. O Victor é o vilão que usa quaisquer meios a seu dispor para alcançar o seu fim, que tortura e mata pessoas, que pensa que não tem sentimentos mas que acaba por demonstrar que consegue importar-se com (algumas) pessoas. A grande diferença entre o Eli e o Victor é a sua "visão" - o Eli acredita que os EO's são algo mau e que, supostamente, Deus quer eliminá-los e assim justifica o assassínio de inúmeras pessoas.


“When no one understands, that's usually a good sign that you're wrong.” 


Por outro lado o Victor sabe que não é uma boa pessoa, não nega que pode mesmo ser um vilão, mas isso não o impede de querer vingar-se do Eli. No início, ele não quer ficar atrás do Eli e quer mostrar que ambos escondem algo da sua personalidade, que na verdade são pessoas quebradas, diferentes, até mesmo monstruosas. Depois do Eli o trair e de o fazer ir parar à prisão, o Victor quer vingar-se dele e arruinar os seus planos; esse é o seu grande objetivo e não sabe o que quer para além disso. E depois disso, enquanto o Eli se deixa cegar pela sua crença, o Victor acaba por "ganhar" por se manter objetivo e pragmático, por conseguir perceber a realidade das coisas. E é por tudo isto que eu odiei do fundo do meu coração o Eli e adorei o Victor. Na verdade, isto mal descreve porque é que eu gosto tanto do Victor, porque às tantas nem consigo explicar. Ele é simplesmente awesome. 

“If Eli really was a hero, and Victor meant to stop him, did that make him a villain?
He took a long sip of his drink, tipped his head back against the couch, and decided he could live with that.” 

Também as personagens secundárias me deixaram surpreendida pela positiva - o Mitch com a sua maldição; a Sydney com a sua inocência e ao mesmo tempo a sua maturidade; a Serena, com a dicotomia de querer que a desafiem, mas querer também ser obedecida. 

E depois para termos a cereja no topo do bolo, que é aquele finaaaal~ Ainda me dá vontade de sorrir que nem uma maníaca e saltar de entusiasmo e principalmente ainda me dá vontade de poder ler mais. Adorava que houvesse uma continuação, mas sei que isso podia arruinar a perfeição do livro como stand alone, por isso não estou assim tão triste. 

Por último, não posso deixar de referir a escrita da autora, que eu já tinha apreciado no A Darker Shade of Magic, mas que neste livro deu aos leitores aquelas fantásticas citações e claro, a essência do Victor e do Eli. 

Simplesmente fantástico.

My Rating:★★★★★★★ 

ou, se pudesse ser, todas as estrelas que há no céu

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